São Sebastião do Saracá
COMUNIDADE
Iranduba, RDS do Rio Negro, Amazonas, Brasil
A comunidade São Sebastião do Saracá fica localizada na RDS do Rio Negro, no município de Iranduba, a quatro horas de Manaus, AM (três horas de caro e mais uma hora e meia de barco).
A comunidade é constituída por 26 famílias envolvidas com o turismo, o artesanato, a pesca e a agricultura.
História
Por volta de 1940 a 1942, chega a primeira família à região liderada pela Sra. Casimira Nonata da Silva. Esse período da história, é atualmente denominado pelos moradores como Saracá Velho e foi quando a região foi originalmente nomeada. Nessa época iniciou-se o extrativismo madeireiro e o cultivo em roças, ações que durante muitos anos foram as fontes de sustento das famílias locais.
O segundo período da história local começa em 1983 com a criação da comunidade São Sebastião do Saracá, por iniciativa da Sra. Raimunda das Graças Ribeiro, conhecida como Raimunda Saracá, professora, parteira, rezadeira e responsável pela construção da primeira escola e pela fundação da comunidade.
O nome da comunidade originou-se em virtude da existência de uma espécie de formiga abundante na região. Esta formiga é chamada Saracá, que significa formiga-braba na língua local.
Geografia Local
A região é formada por um mosaico de diferentes tipos de solos e de vegetações correlacionadas. Florestas altas e densas de terra firme sobre solos argilosos e campinas que ocorrem sobre a areia branca. A comunidade localiza-se em área de regime hidrológico do Rio Negro, que é responsável pelo surgimento de igapós e lagos no período da cheia que não atingem as áreas construídas.
A região tem uma beleza natural inigualável. No período da seca que vai de setembro a novembro, quando o rio baixa, surgem as praias de areia branca na frente e no entorno da comunidade, tornando-se grande atrativo para os turistas.
Ecônomia Local
Atualmente, a maioria dos moradores vivem dos recursos obtidos na pesca artesanal durante parte do ano. Nos outros meses os pescadores vivem do seguro defeso devido ao fato de não poderem pescar no período de reprodução dos peixes.
Outras fontes de renda vem do trabalho assalariado na escola e na prefeitura de Iranduba, da produção de farinha com os plantios de mandioca, dos benefícios do governo como bolsa família e aposentadorias, do artesanato local e do turismo.
Rotina & Sociedade Atual
No cotidiano de vida dos moradores da comunidade, os pescadores e agricultores acordam na madrugada, partindo para as roças e regiões de pesca. Algumas mulheres se dedicam ao cuidado da casa, dos filhos e com a produção de artesanato.
O acesso à educação se dá em virtude da existência da Escola Municipal São Sebastião, na qual os alunos são matriculados no sistema educacional seriado de nível Fundamental. A escola foi construída por esforço e iniciativa de alguns moradores, como a Sra. Raimunda Saracá, com o apoio do prefeito de Novo Airão que disponibilizou o material para a construção e, posteriormente, contratou-a como professora e forneceu material escolar, porém a ajuda da prefeitura de Novo Airão cessou em virtude da comunidade estar situada na jurisdição do município de Iranduba e, portanto, não poderia receber o auxílio de outra prefeitura.
A comunidade não dispõe de posto de saúde, apenas uma agente comunitária de saúde atende às famílias com serviços básicos, quando necessário, e agenda consultas no hospital que fica na sede do município de Iranduba. Os moradores buscam os serviços de saúde na Unidade Básica de Saúde de Acajatuba ou no posto de saúde da comunidade Tumbira, nos casos graves dirigem-se a Iranduba ou Manaus.
Desde 2013, a energia elétrica é fornecida por meio do Programa Luz para Todos. Os moradores possuem televisores, rádios, celulares e computadores.
O sistema de telefonia celular por meio de operadoras não funciona na comunidade, porém com a instalação de torres de rádio e antenas rurais eles têm acesso ao sistema de internet Wifi e desta forma pelas redes sociais conseguem se comunicar com seus familiares na cidade ou com as pessoas em qualquer lugar do mundo.
A água consumida é proveniente do poço artesiano que abastece toda a comunidade, o armazenamento é feito em caixas d’água cujo tratamento é feito com hipoclorito distribuído periodicamente por agentes de saúde da comunidade. Todas as residências possuem algum tipo de esgotamento sanitário com fossa, construído próximo às casas.
O lixo produzido é enterrado ou separado para ser levado pelas balsas de coleta de resíduos que atendem as comunidades e vem 02 vezes por mês.